Entrada & Recepção

-Boa tarde, sinto muito mas se o Senhor tem algum familiar ou conhecido internado não poderá vê-lo, está fora do horário de visita.
Olho de forma rispida e petulante, encaro ela por algum tempo, me viro e vou em direção ao elevador ela tenta me bloquear, novamente olho fixamente nos olhos da recepcionista.
-Saia do meu caminho ou serei obrigado a não ser gentil, e esquecer que esse deve ser um lugar de calma, mas para você será bom, já estará em um ambiente hospitalar, talvez sobreviva.
A mulher sobressaltada, me olha com espanto, estava preparada para chamar a segurança, quando meu servo Hoppkins sai do elevador, e fala para ela:
-Não se preocupe eu cuido de tudo, ele esta aqui para ver a esposa..."Responde o meu servo Hoppkins".
-Ex-esposa. "Brado sem paciência alguma".
Nos afastamos da recepção ao entrarmos no elevador, o servo aperta o quinto andar, ao sairmos do elevador era possivel ver uma placa acima de uma porta grande onde dizia: "Quinto andar-Danos causados por Magia ( Azarações e Maldições). Aquilo me consumiu de ódio, Hoppkins pegou em meu braço e disse:
-Meu Senhor peço que se acalme, a pobre mulher já não tem muito tempo de vida, tenha paciência.
-Peça paciência aos meus filhos que choram de fome e por falta da mãe, que resolveu seguir "aquele que não deve ser mencionado".
Puxo o braço de forma a me desvencilhar da mão que me segurava e vou em direção a um Posto de Enfermagem onde estava escrito o nome dos pacientes, lá estava o nome dela. Quarto numero 407- Sibila Morgana Lefey Von Schoröeder.
Olhei para Hoppkins, com ódio.
-Imprudente como ela ainda assina Von Schoröeder, já estamos divorciados.
-Pacto de Sangue.
-Eu não fiz Pacto de Sangue algum! "Exclamo irritado".
-Bruxas como a Sra. Lefey, costumam a jurar lealdade a seus maridos, colocando em risco a própria vida, é uma espécie de voto Perpétuo de mulheres apaixonadas e leais. Abnegam da própria vida em favor a seus maridos. Meu Senhor o que ela fez não tira o mérito da paixão que a consome.
-Calado Hoppkins, nós dois sabemos muito bem o que ela tem feito pelas minhas costas...
-O Senhor prometeu não falar sobre isso, juro guardar segredo e jamais revelar a seus filhos.
-Eu sei mas nós sabemos o que ela estava fazendo e o porque de ter vindo parar aqui. Agora eu pergunto Servo você ajudou, ela não foi?
Ele olhou para o chão, peguei ele pelo colarinho e o empurrei contra a parede o segurava com uma mão e com a outra saquei minha varinha coloquei em seu peito.
-Fale a verdade, AGORA!
Ele caiu aos meus pés sem força.
-Misericórdia, perdão! Sim Lord, fui eu quem falei do envolvimento do Senhor com Lady Morgause, e mencionei o livro que o Senhor guarda, o livro das Rasputinas, com toda a magia ancestral...
-E com o feitiço da Elevação? Seu idiota. "Paff! A face de meu empregado se apresentam agora vermelhas e ele espantado por minha reação". -Hoppkins você não traiu somente a Família Von Schoröeder, a quem tem servido por anos, mas a isso deve se somar o fato de que meus filhos não terão mais a mãe a doença e a morte daquela mulher, a quem você anos atrás confesso amar, jurando a amar em silêncio, lembra-se disso. "Após estas palavras ele cai em tormento eterno, caindo de seus olhos lagrimas".
-Fique ai, seu patético com a sua dor, ela apenas usou você para conseguir o livro de Zoiaf, seu mestiço idiota.
Me afasto dali para finalmente entrar no quarto 407. Ao entrar minha visão é a pior possível, algo esta posto sobre o leito, mas já não se reconhece o semblante da mulher que encontrei na Catedral de Notre Dame a alguns meses, a Maldição evolui rapidamente consumindo a jovialidade e beleza de Sibila Lefey.
-Oh querido você veio...Coff, coff.
-Saia! "Digo para a Serva de minha ex-esposa".
-Ficarei ao lado de Madame. "Se interpôs ela".
-Não se esqueça de quem ainda paga o seu salário, e de onde vem a comida da sua família de sangue ruim, agora SAIA! "Digo gritando, ela olha para sua Senhora e se retira após um leve aceno afirmativo de cabeça".
-Como estão as crianç...
-Sem mãe, com fome, e agora sem o pai porque sou obrigado a sair de Chamomix Mont Blanc, para vir até aqui atender a mais um de seus caprichos. Então termine logo com isso, e me devolva o livro que você roubou.
Ela abaixa a cabeça, me olha e percebo que chora, minha mente é invadida pelos pensamentos e lembranças de sua mente, logo após pede que eu me aproxime, ao chegar mais proximo vejo que o anel ainda esta em seu dedo juntamente com a aliança de casamento. Ela toma a minha mão e pede:
-Recolha as minha lágrimas, e você entenderá as respostas que tem buscado, você me enganou não foi, sabia que minha ambição e ganãncia me levariam até o livro, mas você fragmentou o livro, a outra parte onde consta o feitiço de alinhamento e transmutação, estão com você.
-Retiro a minha mão e respondo: -Infelizmente sim, como diria Maquiavel, " a natureza humana é má", é assim com Bruxos de sangue puro como nós, com os trouxas, e os mestiços, nisso não dos diferimos muito. Retiro um frasco e recolho as lágrimas da mulher.
Por um breve instante vislumbrei traços de personalidade da antiga Sibila Morgana Lefey. Me lembro de não deixar as emoções entrarem me coloco na retaguarda usando oclumência, pois, me lembrei de quão exímera legimens fora minha ex-mulher. Me preparo para sair do quarto, me dirijo a porta, olho mais uma vez para trás, a encara nos olhos.
-Não se preocupe você não irá morrer, a Maldição para quem não consegue efetuar corretamente o Feitiço de elevação é ficar preso em um corpo debilitado. Esse será seu tormento diário Sibila, não se preocupe assim que seu quadro estiver estabilizado, mandarei buscar você, viverá em Chamomix Mont Blanc, darei ordens para que o Hoppkins cuide de você.
Ela não mais me encara, desvio o olhar, saio do quarto, dou as ordens a meu Servo e volto para casa.